Denunciado pelo Ministério Público de Goiás (MPGO), Lucas Rodrigues Liberato foi condenado pelo Tribunal do Júri em Mozarlândia a 24 anos, 10 meses, 15 dias de reclusão e 10 dias-multa, por homicídio praticado contra Lara Gabrielly Xavier de Faria. O crime ocorreu por razões da condição do sexo feminino (feminicídio), prevalecendo-se das relações domésticas, por motivo fútil, mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, com emprego de arma de fogo de uso restrito. A pena imposta contempla ainda o fato de o homem possuir, de abril de 2017 a 18 de outubro de 2021, arma com numeração raspada, sem autorização e em desacordo com a legislação.
O réu foi sentenciado também a indenizar a filha da vítima em R$ 20 mil, a título de danos morais para reparação mínima do dano à órfã. A acusação foi feita pelo promotor de Justiça Huggo Edgard de Campos Silva, em sessão presidida pelo juiz Élios Mattos de Albuquerque Filho, nesta quarta-feira (31/5).
Crime teve grande repercussão na cidade
De acordo com a denúncia, oferecida pelo promotor de Justiça Huggo Edgard, o crime ocorreu no dia 15 de outubro de 2021, por volta das 23h30, no Centro de Mozarlândia.
Réu e vítima namoraram por cerca de dois meses e, embora estivessem separados na data do crime, eles ainda mantinham contato por meio de aplicativo. As mensagens de Lucas, segundo apurado, eram de ameaça de morte, por motivo de ciúmes.
Na ocasião do crime, Lucas soube que Lara estaria em um bar e lanchonete no Centro da cidade. Inconformado com a situação e com o fato de a jovem não querer reatar o namoro, resolveu matá-la.
O promotor de Justiça narra que, para isso, ele seguiu para o local armado e parou seu carro próximo ao estabelecimento. Lara, ao perceber sua presença, tentou correr. Armado e ignorando a presença de várias pessoas, passou a atirar contra a vítima, que foi atingida na região da mama e da axila. Essa situação causou grande comoção dos presentes e de toda população.
Os ferimentos a levaram à morte. O réu fugiu do local, mas depois compareceu perante a autoridade policial e entregou sua arma, confirmando que a possuía há mais de três anos e meio. Na ocasião, foi preso preventivamente.
Na avaliação do promotor Huggo Edgar, com a decisão, “a sociedade de Mozarlândia atendeu ao chamado civilizatório e a justiça dos homens foi feita”.